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E se fosse reduzido o horário de trabalho semanal?
E se as reformas fossem incentivadas um pouco mais cedo?
Não seria uma forma de melhorar o demprego e reanimar a economia?
Marcelo Rebelo de Sousa, fala, fala e fala demais, dizendo o que não devia, metendo-se onde não deve meter-se. A DGS não tem que ser politizada e Marcelo sabe muito bem disso, ou deveria saber.
Por outro lado, se a DGS não tinha que divulgar as orientações em relação à festa do Avante (e, de facto, quem deveria divulgá-las seria o próprio PCP), o governo não tinha que a desautorizar, correndo atrás de Marcelo e de Rui Rio. O populismo a ser o norte e o sul da política portuguesa.
Tanta trapalhada!
Começo a pensar que é mesmo importante que Ana Gomes avance para a Presidência.
Medicine Woman
Cansaço imenso de me sentir a afogar perante tanta histeria, tanto espectáculo de má qualidade.
Má qualidade das informações e dos informadores, repetição sistemática e ruidosa de lugares comuns, meias falsidades ou mesmo falsidades completas, numa gritaria demente que aterroriza as pessoas, adormece-lhes o sentido crítico e paralisa o raciocínio.
Má qualidade dos protagonistas que, a coberto de cargos institucionais, dão largas às suas agendas e ambições pessoais, cobertura a posturas pesporrentes e arrogantes de quem não entende que nada nem ninguém é indispensável, e que a utilização oportunista de desgraças colectivas é tristemente demonstrativa da falta dos valores que, hipocritamente, se apregoam.
Cansaço imenso de mim própria porque não aceito que mudei, que já não tenho o vigor e a audácia, quem sabe a coragem, da afirmação do que me indigna e revolta. Cansaço imenso da minha própria acomodação ao crescente incómodo. Cansaço imenso da minha cobardia.
Como médica que sou, não me revejo na omnipresença do Bastonário, nos avisos do Bastonário, nas palavras, ditas ou escritas do Bastonário, nas ameaças, veladas ou explícitas do Bastonário. Sindicalizado só está quem quer, mas à Ordem dos Médicos todos pertencemos. Não somos uma irmandade selecta nem um grupo de gente com dons divinos. Somos pessoas de carne e osso, com qualidades e defeitos, que escolhemos a profissão que temos. Fantástica e maravilhosa com os riscos e as responsabilidades inerentes, que conhecemos e aceitamos. Capaz de nos elevar à euforia ou à mais funda depressão, de nos tirar noites de sono, de nos dar dias de enlevo.
Como médica que sou agradeço a possibilidade de continuar a sê-lo, apesar de tudo. E principalmente apesar daqueles que têm como função representar a serenidade, a pedagogia, a empatia, o rigor científico, a tolerância, a exigência, a humildade.
É isso - cansaço imenso.
1.
Viajamos dentro de nuvens
sem ver o brilho do mundo.
A luz coada veste-nos as emoções
de uma seda enganosa.
A nudez da alma é indispensável
ao espectáculo da vida
que o medo encolhe e banaliza.
2.
Deste Outono que me cobre
a gentileza da chuva
no olhar que não desiste.
Arrumo de noite os punhais
que o flagelo da realidade
torna redundantes.
Afinal
já a dança nos afasta. Os lugares desconhecidos
assim mesmo permanecerão. Afinal já o tempo
importa e todas as pequenas frivolidades que
adiamos caberão noutras vidas. Afinal já a porta
se vai fechando e a perda dos afazeres da futilidade
pesa mais que todos os versos que ainda não
descobrimos.
Nunca julgaria possível ver na Presidência dos Estados Unidos alguém tão inqualificável como Donald Trump.
Todos os dias se excede em afirmações bombásticas, estúpidas, mentirosas, irresponsáveis. Não sei se estará demente ou se é apenas uma desculpa que arranjamos para aceitar que foi eleito, que o mesmo país que elegeu Obama foi capaz de o substituir por tamanho incapaz.
Estaremos ainda para assistir a piores desmandos, com a desavergonhada suspeição que levanta sobre as próximas eleições, com a inusitada classificação de ataque ao imenso desastre em Beirute.
Isto passa-se nos Estados Unidos da América, não numa qualquer República de um país de banda desenhada ou de filme do Woody Allen.
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