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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Um livro
O meu livro
Este livro...
Que será lido
E não lido,
Espezinhado,
Roído,
Desfeito aos pedaços
Por mãos de criança...
Será mais um livro...
Um livro esquecido
Na estante do Tempo?...
Donald Trump & Boris Johnson
6.
Somareis os vossos braços ao trabalho e às canseiras
Correreis como as formigas pelos matos e carreiras
Calçareis botas de chumbo para ateardes fogueiras
Dormireis amarfanhados nas covas das toupeiras
Ficareis no sopé dos montes por escalar
Náufragos retidos nas algas do mar
Secareis de esperança por braçadas de ar
Desistindo da morte que vos há de tentar
in Prosas Bíblicas, Livro 3 (pág.66)
(quem estiver interessado pode enviar pedido através de
sofia.l.santos@sapo.pt)
5.
Gastei os caminhos com os meus passos
soprei as areias de todos os desertos
consumi os olhos com que velei pelas noites
em busca do meu amor ausente.
Talvez um dia no rasto dos meus pés
no eco da minha voz na centelha do meu olhar
se acendam faróis que o guiem ao meu altar.
in Prosas Bíblicas, Livro 2 (pág.51)
(quem estiver interessado pode enviar pedido através de
sofia.l.santos@sapo.pt)
6.
Na vida que me insuflaste
Faltam-me os dedos da mão
Parelha que não sonhaste
Olhos da minha paixão
Falta-me Senhor alento
Suspiro de solidão
Falta-me amor e sustento
Para a minha dimensão
Já hoje é o sexto dia
Olho a terra em redor
No sono que me asfixia
Abre-me o corpo sem dor
Da minha massa fecunda
Farás a minha metade
Serei aquela que funda
O ventre da humanidade
in Prosas Bíblicas, Livro 1 (pág.18)
(quem estiver interessado pode enviar pedido através de
Como saber do caminho que percorro
passos silenciosos por estradas
que ainda não tracei?
Como saber dos labirintos perdidos
horas que demoram pelo corpo
que ainda não usei?
Ou mais precisamente de volta às receitas, porque tenho habitado a cozinha como de costume, embora não participe muito da confecção dos alimentos e partilhe ainda menos os meus (in)conseguimentos. Mas hoje resolvi experimentar cuscuz. Na verdade foi mais uma miscelânea de legumes com cuscuz.
Comprei sêmola de trigo, integral claro, porque como tudo cada vez mais integral, ou não fosse uma matrona a render-se à ditadura da gastronomia saudável, juntamente com treinos múltiplos e a toda a hora. Bem, pelo menos estou uma matrona mais compacta.
Mas não nos dispersemos: parti em meias luas fininhas uma cebola média, 2 dentes de alho, uma mistura de legumes para sopa que encontrei no supermercado, já partidos em tiras (couve lombarda, cenoura e alho francês), coentros, cogumelos, um bocadinho de raiz de gengibre, alguns amendoins e 3 ou 4 tâmaras (sem caroço); deitei tudo no wok - cozinha saudável sem wok nem existe - e temperei com um pouco de azeite, sal, pimenta e pó de caril. Deixei suar ao lume, mexendo sempre para não agarrar com um pouco de vinho branco. Ficou rapidamente pronto.
À parte coloquei numa tigela grande o cuscuz (50 g por pessoa), azeite (1 colher de chá por pessoa) e água a ferver com sal (60 ml por pessoa). Depois de repousar cerca de 5 minutos, envolvi bem com um garfo e acrescentei mais uma nica de água a ferver, porque ficou muito seco.
E pronto, assim ficou um fenomenal jantar - cuscuz com legumes e cogumelos.
Vasco da Graça Moura & Carlos Paredes
Mísia
Sem saber
Porque te amei assim
Porque chorei por mim
Sem saber
Com que punhais tu feres
Magoas mais e queres
Sem saber
Onde é que estás, nem como
O que te traz sem rumo
Sem saber
Se tanto amor devora
Mais do que a dor que chora
Sem saber
Se vais mudar, se então
Podes voltar ou não
Sem saber
Se em mim mudou a vida
Se em ti ficou perdida
Sem saber
Da solidão depois
No coração dos dois
Sem saber
Quanto me dóis na voz
Ou se há heróis em nós
... entraria por aquela porta!
Não foi o Edmundo a entrar, mas a Lei de Bases da Saúde a ser, finalmente, acordada entre os partidos da Geringonça. Vamos lá a ver se o Seixas sabe as deixas todas, mas suspeito que a promulgação não está, de todo, assegurada.
Por outro lado, tendo sido adiada a discussão e decisão sobre as PPP, parece-me que a nova Lei de Bases dependerá da geometria parlamentar que resultar das eleições legislativas. Mas ainda bem que a Geringonça se conseguiu acertar. É um bom fim de legislatura.
Que, apesar de todas as dúvidas, maus presságios e pesares, conseguiu terminar os 4 anos deixando o País bem melhor do que o encontrou. E não vale a pena tentar desmerecer o muito que fez. Repentinamente, há muita gente a redescobrir o que há muito existe e piora, nos hospitais e restantes serviços públicos. Exige-se, nomeadamente, que uma ministra que iniciou funções em Outubro passado resolva os problemas de toda uma legislatura (Adalberto Campos Fernandes ocupou o cargo durante 3 anos), ou mesmo de décadas.
A Geringonça resultou. Esperemos que o próximo ciclo político seja ainda melhor que este.
Nota: Num filme qualquer, não me lembro qual, dizia-se que O Padrinho tinha a resposta a todos so problemas da humanidade. Entre nós, convenhamos que é O Pai Tirano.
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