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As manifestações a que assistimos hoje, com as marchas lentas dos taxistas nas 3 principais cidades do país são o último grito de uma época que está a desaparecer. A adaptação aos novos tempos pode ser difícil e dolorosa, mas é inevitável. Neste caso em concreto é muito bem-vinda a concorrência a um sector que não evoluiu e cuja imagem está muitíssimo degradada, por responsabilidade própria.
Não é impedindo que haja novas formas de angariação de passageiros, outras empresas que se disponham a servir melhor o público, com mais formação, mais profissionalismo e melhor educação, com carros mais limpos e seguros, que não precisam de arranjar trocos, com facturas automáticas e avaliações de satisfação imediatas, que estão à distância de umas teclas de telemóvel e que vão ter com os clientes, que os taxistas podem travar a inexorável marcha da inovação e da tecnologia. Não faltam casos de clientes vigarizados pelos motoristas, pagando muito mais do que deviam, com queixas de indelicadezas e grosserias, recusas de viagens curtas, conversas azedas que não foram pedidas, desaforos e perigosas corridas por essas estradas fora.
Se é preciso regulamentar a UBER ou qualquer outra empresa que se regulamente; se é preciso fiscalizar que se fiscalize. Mas a agressividade existente é prenunciadora da inevitabilidade. O que os taxistas deveriam era reivindicar melhor formação, melhores carros, mais profissionalismo, patrões que cumpram os seus deveres quanto aos direitos laborais, implementação de formas de pagamento com cartões electrónicos, facturas automáticas, etc. Mas antes de tudo e mais importante, mais civismo. Esperemos que o governo seja firme e promova a necessária e modernização deste sector de transportes.
Sol de cravos neste Abril
em todos os que podermos viver.
Flor de Maio e de Novembro
Abril será a flor que se quiser
na palavra livre do amanhecer.
Pequeno passeio rumo ao Centro Comercial Vasco da Gama, mais precisamente à FNAC, lugar onde me esperava The mousetrap and other plays, de Agatha Christie, para me preparar condignamente para a próxima viagem à capital londrina, mais precisamente ao St Martin's Theatre, a casa desta peça desde 1974, em cena desde 1952.
Adoro estas pequenas passeatas que transformam um banal almoço numa estimulante conversa. De Londres e do teatro passei a William Shakespeare e às comemorações do 4º centenário da sua morte, com inúmeros colóquios, reedições de obras, estudos histórico-literários, etc., que nos transmitem a importância do autor britânico na literatura e na dramaturgia ocidentais.
E no entanto, a literatura e especificamente o teatro, nos séculos XVI e XVII europeus, muito ficaram a dever aos autores espanhóis, nomeadamente a Lope de Vega e Pedro Calderón de La Barca, assim como ao francês Molière, mais ou menos contemporâneos de Shakespeare.
Mas anterior a todos estes apareceu Gil Vicente, cuja obra eu gostaria muito de ver alguma companhia teatral a revisitar. O nosso Gil Vicente, com o seu Monólogo do Vaqueiro, quase inaugurou a importância social e política do teatro, como espelho do e sátira ao poder e às classes sociais, da linguagem dos simples, das figuras mitológicas, do bem e do mal, enfim, dos grandes temas que nos preocupam.
Não há dúvida que a pressão da língua inglesa explica em parte a notoriedade de Shakespeare e o relativo embaciamento dos autores ibéricos e francês. Mas nos séculos XVI e XVII não seria bem assim, a língua erudita era o latim e as línguas neolatinas muito mais importantes que a inglesa. Nada disto retira o brilhantismo e o génio a Shakespeare. Só é pena não haver o mesmo realce para outros, tão geniais e brilhantes como ele.
Nota: Alguém que comigo partilha passeios e conversas, enviou-me uma informação interessante: é que a primeira peça que a RTP apresentou logo após o início das emissões regulares foi precisamente... Monólogo do Vaqueiro.
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Mon ami Pierrot,
Prête-moi ta plume
Pour écrire un mot.
Ma chandelle est morte,
Je n'ai plus de feu;
Ouvre-moi ta porte,
Pour l'amour de Dieu.
2.
Au clair de la lune,
Pierrot répondit :
«Je n'ai pas de plume,
Je suis dans mon lit.
Va chez la voisine,
Je crois qu'elle y est,
Car dans sa cuisine
On bat le briquet.»
3.
Au clair de la lune,
L'aimable Lubin
Frappe chez la brune,
Ell' répond soudain :
— Qui frapp' de la sorte?
Il dit à son tour:
— Ouvrez votre porte
Pour le dieu d'amour!
4.
Au clair de la lune,
On n'y voit qu'un peu.
On chercha la plume,
On chercha le feu.
En cherchant d'la sorte,
Je n'sais c'qu'on trouva;
Mais je sais qu'la porte
Sur eux se ferma...
Avec mes sabots,
En passant par la Lorraine,
Avec mes sabots,
Rencontrai trois capitaines,
Avec mes sabots,
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Rencontrai trois capitaines,
Avec mes sabots,
Rencontrai trois capitaines,
Avec mes sabots,
Ils m'ont appelée: Vilaine!
Avec mes sabots,
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Ils m'ont appelée: Vilaine!
Avec mes sabots...
Ils m'ont appelée: Vilaine!
Avec mes sabots...
Je ne suis pas si vilaine,
Avec mes sabots...
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Je ne suis pas si vilaine,
Avec mes sabots...
Je ne suis pas si vilaine,
Avec mes sabots...
Puisque le fils du roi m'aime,
Avec mes sabots...
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Puisque le fils du roi m'aime,
Avec mes sabots...
Puisque le fils du roi m'aime,
Avec mes sabots...
Il m'a donné pour étrenne,
Avec mes sabots...
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Il m'a donné pour étrenne,
Avec mes sabots...
Il m'a donné pour étrenne,
Avec mes sabots...
Un bouquet de marjolaine,
Avec mes sabots...
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Un bouquet de marjolaine,
Avec mes sabots...
Un bouquet de marjolaine,
Avec mes sabots...
Je l'ai planté sur la plaine,
Avec mes sabots...
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Je l'ai planté sur la plaine,
Avec mes sabots...
Je l'ai planté sur la plaine,
Avec mes sabots...
S'il fleurit, je serai reine,
Avec mes sabots...
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
S'il fleurit, je serai reine,
Avec mes sabots...
S'il fleurit, je serai reine,
Avec mes sabots...
S'il y meurt, je perds ma peine,
Avec mes sabots,
Dondaine, oh! Oh! Oh!
Avec mes sabots.
Katarina Macurova
Confesso que quase todos os dias me apetece escrever qualquer coisa a propósito do que se vai passando. Mas a minha incapacidade para explicar o que me vai na alma, a impaciência e incompreensão para cada um do factos que considero totalmente superficiais e absolutamente irrelevantes para aquilo que as pessoas comuns pensam, precisam e pedem, faz com que me abstenha de escrever seja o que for.
E na verdade não tenho nada de importante a dizer. O que poderei comentar quanto à perigosa deriva totalitária dos bem pensantes das causas fracturantes e de esquerda, das minorias que, de tanto terem sido discriminadas, se acreditam com direito à prática de bullying sobre toda e qualquer incauta pessoa que não se acautele em relação à correcção da linguagem, para que não seja violentamente insultada nessa maravilhosa nova ordem social que se chama facebook?
A nova humanidade não terá sexo, não terá cor nem cheiro, não será gordo nem magro, não se alimentará de seres vivos, animais ou vegetais. Haverá os polícias da linguagem, da alimentação, do racismo, do sexismo e de outros ismos. As crianças não se rirão do ridículo, não serão preconceituosas, não marginalizarão os que sentem como diferentes, nascerão já com a correcção comportamental e social que hoje se constrói, nesta sociedade de seres limpos, saudáveis, igualitários, amadores de todas as coisas e pessoas, humanas e não humanas, respeitarão a vida e comerão as pedras, reduzindo extraordinariamente a sua pegada ecológica.
E eu que sou tão imperfeita, que gosto de comer e de beber, que passo a vida a controlar o peso e a maldizer o destino, que me queixo, que gosto de observar as feições das diferentes etnias, de apreciar as diferenças entre os sexos, que aprendi, como jovem mãe cheia de ideias feitas, que as meninas são diferentes dos meninos, independentemente da educação que se lhes dá (é uma questão de cromossomas e de hormonas, para além da educação), que não aprendi a nova linguagem asséptica do género, que não suporto o reescrever da História, a alteração das obras de arte, a dulcificação idiota das histórias infantis, a substituição do cigarro do Lucky Luke, a proibição de Huckleberry Finn ou do Tintin;
eu que fico estupefacta por ver um Ministro da Defesa precipitando-se com receio das redes sociais e das intrigas que nos avassalam o quotidiano, a assistir às demissões de membros do governo motivadas e explicadas no facebook;
eu que tento sobreviver aos anos, às intempéries da vontade, às desistências e às incredulidades, cada vez mais retrógrada, mais reaccionária, mais ultrapassada;
sinto-me completamente impossibilitada de me mexer, de falar, de me manifestar perante os mais acérrimos defensores das liberdades de expressão e do direito a ser-se quem se é. Até porque me falta o arcaboiço para resistir aos inevitáveis comentários venenosos, insultuosos, grosseiros e etc. que inevitavelmente me dirigirão, tal como os que vou lendo contra quem se atreve a por em causa esta nova e revolucionária forma de existir.
Admirável mundo novo, não te pertenço.
Sidney Clare & Jay Gorney & Joni Mitchell
I've been 'neath the moon before
Held by the charms
Of other arms
I heard love's tune before
And it used to bore me
'Till you stood before me
You're my thrill
You do something to me
You send chills right through me
When I look at you
'Cause you're my thrill
You're my thrill
How my pulse increases
I just go to pieces
When I look at you
'Cause you're my thrill
Nothing seems to matter
Here's my heart on a silver platter
Where's my will
Why this strange desire
That keeps mounting higher and higher
When I look at you
I can't keep still
You're my thrill
Sonny Burke & Paul Francis Webster & Peggy Lee
I'm feelin' mighty lonesome
Haven't slept a wink
I walk the floor from nine to four
In between I drink
Black coffee
Love's a hand-me-down brew
I'll never know a Sunday
In this weekday room
I'm talkin' to the shadow
One o'clock till four
And Lord, how slow the moments go
And all I do is pour
Black coffee
Since the blues caught my eye
I'm hangin' out on Monday
My Sunday dreams to dry
Now man was born to go a lovin'
But was a woman born to weep and fret
And stay at home and tend her oven
And down her past regrets
In coffee and cigarettes
I'm moonin' all the mornin'
Moanin' all the night
And in between it's nicotine
And not much heart to fight
Black coffee
Feelin' low as the ground
It's drivin' me crazy
This thinkin' 'bout my baby
Might maybe come around
Come around
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