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Até quando?

por Sofia Loureiro dos Santos, em 23.02.11

 

A execução orçamental, anunciada com pompa e circunstância, perdeu a pompa e mantém a circunstância. Continua o trabalho para a surdez dos mercados. Vivemos na fronteira do desinteresse ou do desespero. Marinamos a vontade de mudar, reservamos a inspiração. Até quando?

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publicado às 22:01

O medo

por Sofia Loureiro dos Santos, em 21.02.11

 

E aí estamos todos preocupados com o acender da luta no mundo árabe. Não há Nostradamus que nos não venha à memória, o petróleo, o tão precioso petróleo que o ocidente sempre abusou, com o perigo de se ver nas mãos de um povo que dele nunca beneficiou.

 

Olhamos com apreensão os televisores, a moderna montra de horrores e propagandista do medo, do medo ocidental e moralista de uma sociedade em abundância, por muitas crises que nos atravessem.

 

Circulam algumas imagens e muitas informações não confirmadas. Apenas se confirma a violência que se segue à esperança, o totalitarismo que se mantém com o apoio dos tanques, dos bombardeamentos e dos medos da hipocrisia dos países ricos, que vendem a imagem da democracia e suspiram pela manutenção do status quo.

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publicado às 22:27

Mano a mano

por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.02.11

 

 Pedro Jóia & Riacrdo Ribeiro

 

 

Rechiflao en mi tristeza, te evoco y veo que has sido
de mi pobre vida paria sólo una buena mujer
tu presencia de bacana puso calor en mi nido
fuiste buena, consecuente, y yo sé que me has querido
como no quisiste a nadie, como no podrás querer.

 

Se dio el juego de remanye cuando vos, pobre percanta,
gambeteabas la pobreza en la casa de pensión:
hoy sos toda una bacana, la vida te ríe y canta,
los morlacos del otario los tirás a la marchanta
como juega el gato maula con el misero ratón.

 

Hoy tenés el mate lleno de infelices ilusiones
te engrupieron los otarios, las amigas, el gavión
la milonga entre magnates con sus locas tentaciones
donde triunfan y claudican milongueras pretensiones
se te ha entrado muy adentro en el pobre corazón.

 

Nada debo agradecerte, mano a mano hemos quedado,
no me importa lo que has hecho, lo que hacés ni lo que harás;
los favores recibidos creo habértelos pagado
y si alguna deuda chica sin querer se había olvidado
en la cuenta del otario que tenés se la cargás.

 

Mientras tanto, que tus triunfos, pobres triunfos pasajeros,
sean una larga fila de riquezas y placer;
que el bacán que te acamala tenga pesos duraderos
que te abrás en las paradas con cafishios milongueros
y que digan los muchachos: “Es una buena mujer”.

 

Y mañana cuando seas deslocado mueble viejo
y no tengas esperanzas en el pobre corazón
si precisás una ayuda, si te hace falta un consejo
acordate de este amigo que ha de jugarse el pellejo
p’ayudarte en lo que pueda cuando llegue la ocasión.

 

Carlos Gardel

 

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publicado às 23:02

Intervalo

por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.02.11

 

 

Intervalo feito de mar e bruma. O ruído acalma e os olhos enchem-se de azul e brilho. Pausa e asas, sinto-me leve. Ao meu lado passam rodas, pernas esforçadas, cabelos molhados de suor, óculos escuros, mochilas às costas, garrafas de água nas mãos cansadas.

 

Aos pares ou isoladas, gente que conversa, que ouve música, que fotografa, que observa, que pesca. Gente do lado verde da vida.

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publicado às 22:11

Que se arrasta

por Sofia Loureiro dos Santos, em 16.02.11

George Bellows: New-York 

 

 

I.
Às portas da cidade, entre
os passos da chuva e o bramir
da multidão, correm os olhos. É mais
o ruído das vozes interiores, o rodopiar
de sentidos entre os dedos, que o coro
anónimo que se arrasta de gente.


II.
Dói-me a tua mão que falta
o ardor do exacto local
onde não estás.


III.
Perfeição de músculo, câmaras de entrada
e de saída, sem refluxos
nem arritmias. Já nem de corda
mas digital, corações
automáticos. Espero transplante
cerebral.

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publicado às 22:04

O concerto

por Sofia Loureiro dos Santos, em 13.02.11

  

Não percam. Está ainda no Fonte Nova e no El Corte Inglés.

 

Entretanto, ouçam o concerto para violino Op. 35, de Tchaikovsky, por David Oistrakh.

 

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publicado às 13:10

Amarrotar

por Sofia Loureiro dos Santos, em 13.02.11

 

João Jacinto

 

Gosto de escavar na voz interior, no meu interior, não das vísceras a que ligamos a humanidade, mas da única víscera que nos faz aprofundar a úlcera dos sentidos, aquela víscera que nos sabe a medo e a sublime, que nos assusta e nos impele para o âmago do animal.

 

Todos os gestos analiso e questiono e repenso e refaço, mas nunca de forma a transformar o acto mental em físico, como se uma atadura, uma armadura me tolhesse e espartilhasse os movimentos. Só me movo por dentro do cérebro, em viagens indistintas, amálgamas de sonhos, antecipações ou ruminações de passados mais ou menos presentes. Mole e pesado corpo numa vívida componente de sinapses, água e electrólitos, uma electricidade que não detona qualquer bomba.

 

Vou amarfanhando os papéis que, ao longo das horas, começo a escrever dentro da minha pele, sem nervos nem músculos. Quando me deito e aguardo pelo bem-vindo apagamento, amarroto o que restou do dia e deito-o para o buraco negro da noite.

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publicado às 11:04

Junto ao rio

por Sofia Loureiro dos Santos, em 12.02.11

Bordalo II

 

Manhã junto ao rio, lisa

branca macia, como a folha

em que se projectam dores

ou tédio, como o início de um poema

o ensaio de um grito, como um frémito de beijo.

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publicado às 17:00

Afirma-se e desmente-se

por Sofia Loureiro dos Santos, em 12.02.11

 

Como disse há alguns dias, era necessário saber ao certo o que se tinha passado no dia das eleições, para que se apurassem responsabilidades e se percebesse se teria havido possíveis implicações nos resultados eleitorais.

 

Após a prestação do Ministro Rui Pereira na Assembleia da República e do desmentido do ex-Director-Geral da Administração Interna, a confusão é ainda maior. No relatório encomendado pelo Ministro fica a saber-se que 770.000 eleitores deveriam ter recebido uma notificação sobre a mudança do número de eleitor e do local de votação. Ou seja, setecentos e setenta mil eleitores podem ter ficado sem votar.

 

É claro que considero que os eleitores também são responsáveis por não se terem informado. A verdade é que todos achamos que os outros são sempre responsáveis por aquilo que nos diz respeito a nós. Mas isso não pode apagar as responsabilidades do Ministério como um todo e do próprio Ministro em particular. E este novelo em que se está a transformar o relatório, as explicações e os desmentidos, é degradante. O Ministro deveria pedir a demissão.

 

Como disse ontem Correia de Campos, se Rui Pereira se tivesse demitido no próprio dia das eleições, era um herói, assim coloca-se, a ele e ao governo, numa situação cada vez mais desconfortável.

 

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publicado às 16:27

Da falta de censura ao disparate

por Sofia Loureiro dos Santos, em 12.02.11

 

Se alguma vez alguém teve a leve esperança que o BE pudesse ser uma força política para apoiar ou incluir um governo de esquerda, a apresentação desta moção de censura, com um mês de antecedência e sem qualquer objectivo de derrubar o governo, como José Manuel Pureza reconhece, é a mais disparatada e patética iniciativa de que Francisco Louçã se poderia lembrar.

 

Tão disparatada e patética é a titubeante reacção de Passos coelho que ao contrário de alguns dos seus companheiros de partido, ainda não esclareceu que nunca iria apoiar esta moção de censura.

 

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publicado às 16:17



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