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Suspendamos

por Sofia Loureiro dos Santos, em 09.05.10

A suspensão das grandes obras públicas, como lhes chamam, o novo aeroporto, a terceira travessia do Tejo e o TGV, são a vitótia do PSD e do CDS, cerca de 6 meses após uma derrota eleitoral.

 

A partir de agora fica demonstrado que as campanhas eleitorais, os programas, os argumentos económicos e sociais não servem, de facto, para nada.

 

A partir de agora qualquer notícia sobre o desmantelamento dos serviços públicos de saúde e educação, ou a alteração das regras da segurança social, será recebida com a indiferença de quem já não se importa.

 

Para quem, como eu, defendeu activamente a vitória do PS, é muito difícil perceber que a crise pode explicar o que se está a passar. Portugal voltou a ser aquele país em que se vive o dia a dia sem horizontes. Manuela Ferreira Leite e Cavaco Silva estão de parabéns.

 

O PS perdeu legitimidade eleitoral, por desfazer e desdizer tudo o que disse e quis fazer na legislatura anterior. Vamos arrastar-nos até às eleições presidenciais, protagonizadas por figuras do passado, sem qualquer capacidade para devolver a esperança a uma boa parte da população. Cruzam-se frases feitas e os bastidores fervilham com o poder que se avizinha, depois de Cavaco Silva iniciar o segundo mandato.

 

E assim nos vamos entretendo com o vulcão, o Benfica e as contas por pagar. A vida continua e, apesar de Maio estar chuvoso, o Verão já não tarda.

 

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publicado às 11:25

Um dia como os outros (55)

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.05.10

 

(...) Quando lutamos por direitos justos, o governo critica os enfermeiros pelo que fica por fazer [consultas e cirurgias programadas], mas agora é ele que promove dois dias de tolerância de ponto, cujas consequências são parecidas, disse Guadalupe Simões, dirigente do SEP. (...)

 

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publicado às 22:22

Inaceitável

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.05.10

 

 

Isto é inacreditável e absolutamente inaceitável.

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publicado às 22:11

Separação entre o Estado e a Igreja

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.05.10

Petição Cidadãos pela Laicidade.

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publicado às 21:44

Intervenções a desgoverno

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.05.10

Cavaco Silva reúne com aqueles que são contra as obras públicas, nomeadamente o TGV, o aeroporto e a travessia do Tejo. Cavaco Silva, mais uma vez, interfere na esfera do governo dando cobertura à intoxicação mediática a que se assiste em prole das posições do PSD.

 

Paralelamente, Manuel Alegre oficializa a sua candidatura oficiosa à Presidência da República, e critica a intervenção de Cavaco Silva. A ironia suprema é que Manuel Alegre passou os últimos anos de pré campanha eleitoral a fazer exactamente o mesmo – a interferir na esfera do governo, criticando duramente as reformas realizadas.

 

Parece-me que uma grande parte da população ainda não se revê em qualquer dos candidatos presidenciais. Com o advento do bloco central, Cavaco Silva ganhou uma alma nova. E até as cautelas que ultimamente tinha no que diz respeito às relações com o governo, desapareceram.



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publicado às 21:29

Cemitério vivo

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.05.10

Há mortos bem vivos nos Cemitérios que guardam histórias.

 

A essa gente de caveiras bem pensantes e imaginativas, os meus calorosos e defuntos agradecimentos. É com muito orgulho que entro no vosso jardim de pedra.

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publicado às 21:13

Transborda

por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.05.10

pedra de sangue ShouShan: Red Cliff

dinastia Qing

1644-1911

 

Não foi a água que mudou o vinho, mas o vinho que mudou o copo, de verde para vermelho, bem grosso e escuro, um líquido mastigável e quase assustador. Não foi bem a calçada que se moveu mas os ossos que se estreitaram e somaram estilhaços no meio da aridez fiel e descampada do seu corpo.

 

Despiu definitivamente o pudor e transformou o vinho em sangue.

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publicado às 18:00

Everytime We Say Goodbye

por Sofia Loureiro dos Santos, em 02.05.10
Cole Porter & John Coltrane

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publicado às 15:38

Trabalho e trabalhadores

por Sofia Loureiro dos Santos, em 02.05.10

 

Passou o dia 1 de Maio, aquele dia em que ninguém devia esquecer-se de reparar. Porque é o dia em que se eleva à dignidade não o trabalho, mas o trabalhador.

 

Na sociedade ocidental e ocidentalizada, num país como Portugal, o trabalho deixou quase definitivamente de ser uma componente essencial da vida. O trabalho é olhado hoje como uma inevitável cruz que nos permite auferir um ganho que nos financie o prazer. O trabalho deixou de ser considerado uma fonte de realização pessoal e uma contribuição para a vida em sociedade.

 

A esta escala de valores associa-se uma voragem económica que tudo suga, um apelo ao consumo e ao crédito, a melopeia do facilitismo, a ausência de exigência. Palavras como motivação ganham contornos quase absurdos, quando a elas se recorre para justificar negligência e incompetência, falta de assiduidade, pontualidade e empenhamento. O alcance da perfeição, por muito inatingível que esta seja, não faz sentido quando se fala de trabalho.

 

E no entanto, há uma enorme massa humana que abdica diariamente dos direitos mais básicos, da sua dignidade intrínseca e individual, assim como da sua dignidade como grupo solidário, para mendigar as migalhas de um trabalho sem condições, mal remunerado, sem regras nem fiscalização, que transformam a fome e o isolamento em escravatura. E isso passa-se nos países da Europa que contratam mão-de-obra imigrante africana, que separam famílias, que tratam os seus semelhantes como animais de carga.

 

Enquanto assistimos à marcha daqueles que têm emprego, ouvimos as reivindicações de um movimento sindical que perdeu de vista as novas revoluções tecnológicas e sociais, que se entrincheirou num tempo que já não existe, que esquece aqueles que não conseguem aceder ao mercado de trabalho, que não se preocupa com o mérito, com a competência, com objectivos de excelência mas apenas com os direitos adquiridos, que fala dos desempregados mas apenas defende corporativamente os seus cada vez menos associados.

 

Inevitavelmente continuamos esta marcha de aprofundamento das desigualdades sociais, do aumento da mancha dos arredados do sistema, do desaparecimento dos direitos de todos e da relativização de valores de solidariedade e coesão social.

 

Adenda: vale a pena reler este texto da Clara Ferreira Alves.

 

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publicado às 12:46

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