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Bach - Concerto Brandenbourg nº 1, 1
Claudio Abbado
Orquestra Mozart de Bolonha
Gelo e dilato os pulmões, uma imensa vontade de voar, uma imóvel nostalgia seca-me o rosto. É necessário este vento agreste, esta imensidão de nada, sem que se ouçam aves ou árvores, apenas a voz dos nossos sentidos. Aqui o tempo pesa na solidão do vazio, nos abrigos das mãos de neve, nos mantos que se aquecem de luz.
Azul e branco, branco e azul, a morte pendura o casaco e espera.
Eduardo Gavín
Aos meus companheiros bloguistas, que não nomeio, peço um olhar para esta encosta de neve. Serão assim os vossos dias de invernia tristeza ou de gelada paixão? Aqui vos espero e ouço.
Suíça: mais de 57 por cento da população votou contra minaretes nas mesquitas
A intolerância religiosa galopante. Esta é a pior forma de lutar contra o fundamentalismo islâmico.
(Também aqui)
José Carlos Ary dos Santos
A democracia portuguesa está a viver uma particularidade interessante.
Das eleições legislativas resultou um Parlamento com um partido maioritário que, segundo a Constituição, foi convidado a formar governo – um governo minoritário.
Em princípio o governo governa (poder executivo), o Parlamento legisla e fiscaliza o governo (poder legislativo). Nas próximas eleições, antecipadas ou não, os cidadãos deverão julgar a acção executiva do governo, premiando-o ou punindo-o, renovando-lhe a confiança ou, pelo contrário, confiando noutra(s) força(s) política(s).
Mas nesta legislatura poderemos ter os papéis misturados ou mesmo trocados. O Parlamento assumiu um mandato para governar. Como o não pode fazer directamente, resolve obrigar o governo a governar com um programa híbrido, mais ou menos fabricado entre os partidos da direita (CDS e PSD) e da esquerda (BE e PCP).
No entanto, depois de tanto se falar da responsabilidade política de Sócrates, de tanto se indagar da interferência do anterior governo na comunicação social, os partidos que nos representam na Assembleia da República ainda não pediram inquéritos parlamentares para esclarecer esses assuntos.
Enquanto tivermos partidos da oposição que não têm soluções para o país, à esquerda ou à direita, o poder só se justifica pelo poder, não pelo interesse e pela ambição de servir o povo. Por isso não teve qualquer interesse, na campanha para o Parlamento, discutir política, discutir soluções alternativas, gastou-se o tempo a denegrir o carácter de Sócrates e a falar da asfixia democrática. Onde estava a oposição a confrontar o governo com os números do défice e da crise que, dizem eles, só agora se conhecem?
Estamos perante uma legislatura em que a justiça serve para fazer luta política, não olhando a meios para atingir os fins, em que a oposição esconde a falta de ideias com ataques ao carácter dos detentores de cargos públicos, em que o jornalismo se demitiu de informar e entrou descaradamente em manobras de desinformação. Assistimos à emergência de uma nova república, depois da república dos generais e da república dos juízes – a república dos jornalistas. Só assim se entende o desplante de responsáveis editoriais que, apesar de publicarem notícias mentirosas que objectivamente interferem na vida política, se arrogam o direito de continuar a tecer considerandos sobre a actuação, a hombridade, a competência e a capacidade dos nossos governantes.
Quanto ao Presidente da República fechou-se na concha dos seus assessores.
Como votaremos nas próximas eleições? Nos incorruptos juízes, nos prescientes jornalistas e comentadores políticos? Tanto se falou do bloco central, afinal temos um bloco em ângulo obtuso – todos contra Sócrates.
(Também aqui)
A não perder, no dia 14 de Dezembro, este livro de divulgação científica de José Lopes da Silva e Palmira Ferreira da Silva. Todos feitos de átomos lá estaremos, demonstrando as inúmeras ligações.
(Também aqui)
Para quem frequentemente se esquece do que é a liberdade, fazendo comparações entre a ditadura e os dias de hoje, assim como os saudosistas do regime emergente do PREC, talvez valha a pena recordar que o que lhes permite ter essa liberdade de expressar indignação e exasperação, de forçar esse tipo de comparações e falar tanto da asfixia democrática sem ficarem asfixiados, se deve à revolução de Abril de 1974 e à contra-revolução de Novembro de 1975.
As escutas ilegais, as pressões políticas, a política do vale tudo, tiveram nesta data fortes e corajosos opositores. Convém fazermos tudo para que esses valores perdurem.
A liberdade é frágil.
(Também aqui)
Continuo a acompanhar interessada e calmamente, as negociações entre o Ministério da Educação e os sindicatos dos professores.
(Também aqui)
Gostaria de saber qual vai ser a leitura que os directores dos jornais que veicularam informações falsas, como a existência de escutas em que Armando Vara pedia 10.000€ para traficar influências, ou a recusa do Juiz de Aveiro em acatar as ordens do Procurador-Geral da República, por exemplo, vão fazer da sua credibilidade informativa, do serviço que prestam aos cidadãos, e quais as consequências destes factos. Ou será que apenas os políticos devem assumir as responsabilidades dos seus erros?
(Também aqui)
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