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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
A área da saúde é paradigmática das diferenças entre a esquerda e a direita, embora muitos dos actores políticos se esforcem por esfumar essas diferenças, principalmente entre o PS e o PSD.
Os programas de ambos os partidos demonstram que têm visões diferentes do que deve ser um serviço nacional de saúde (SNS).
O PS propõe a continuação da reforma do SNS, iniciada nesta legislatura, com especial enfoque nos ganhos de qualidade e eficiência e na redução do desperdício para uma efectiva sustentabilidade do sistema.
Para quem considera, como eu, que a saúde é um direito de todos e que não deve depender da cor da pele, da ideologia política ou do meio económico e social a que se pertence, para quem considera, como eu, que o Estado deve ser o garante deste direito, tem no programa do PS este compromisso:
Nota: também aqui.
Hoje Sofia Rodrigues, jornalista do Público, às 14:36h, titulava em letras mais ou menos garrafais, que a campanha das legislativas não teria debates porque o PS, claro, quem mais, se recusava a fazer debates a dois com todos os candidatos.
Claro que, quem se desse ao trabalho de ler a notícia, percebia apenas que José Alberto Carvalho estava desesperançado e que Ricardo Costa assegurava que só faltava a resposta do PS.
Às 19:18h a mesma Sofia Rodrigues afiançava, nas mesmas letras mais ou menos garrafais mas com o mesmo despudor, que o PS recuava e viabilizava os debates televisivos na campanha. O texto em si, referindo mais uma vez a anterior desesperança de José Alberto Carvalho, dizia que o PS tinha mudado de opinião e já aceitava os debates dois a dois.
Enfim, confirma-se, mais uma vez, a manipulação informativa do Público.
Nota: Também aqui.
Continua, no Diário Económico, a troca de argumentos entre André Couto, pelo SIMplex:
e o Paulo Cutileiro Correia, pelo Jamais.
Temos programa do PSD. Ainda bem. Podemos, finalmente, analisar as propostas do PSD para a próxima legislatura.
O PSD define como uma das prioridades as reformas na Justiça. Não podia estar mais de acordo. A Justiça é um sector fundamental do estado, alicerce da própria democracia, que necessita urgentemente de credibilização, reorganização e rigor.
Lembro-me, no entanto, que o PSD celebrou com o PS um pacto, o tão famoso pacto para a reforma da Justiça, que quebrou. Não é que eu seja a favor de pactos, porque penso que dissolve a responsabilização política de quem governa. Mas se os partidos fazem pactos, espera-se que os honrem.
Mais uma vez parece-me uma medida com mérito. Só não entendo um programa de governo que, por um lado, promete a avaliação de desempenho de magistrados e juízes, fazendo depender uma parte da remuneração do mérito que demonstrem e, ao mesmo tempo, prometa que (das pouquíssimas promessas que o PSD afirmou que faria):
Das duas, uma: ou o compromisso com a verdade, no programa do PSD, é com a avaliação de desempenho e a remuneração diferenciada por mérito, sendo a suspensão da avaliação uma promessa eleitoralista, um recuo, como o BE, o PCP e alguns responsáveis socialistas advogam, personalizando e classificando Maria de Lurdes Rodrigues como uma ministra rígida e obstinada, não tendo coragem para voltar atrás na divisão da carreira em titulares e não titulares, ou a promessa (das pouquíssimas promessas que o PSD afirmou que faria) de avaliação de desempenho para os magistrados e juízes é apenas uma promessa para não ser cumprida.
Com já tive oportunidade de dizer, considero as alterações na área da educação das mais importantes que se têm feito desde há muito tempo. Por muitos erros que se tenham cometido instituíram-se princípios fundamentais de dignificação de carreira docente e de exigência, investindo na qualificação do sector e dos docentes.
Recuar agora é retroceder muitos mais anos dos que entretanto já tinham sido perdidos. A própria OCDE reconheceu o esforço e os passos importantíssimos que se deram nesta legislatura. O que nos propõe o PSD é exactamente voltar atrás, recuar, retroceder, suspender.
Será que é isso que o país quer?
Nota: Também aqui.
pintura de Jennifer Leigh Caine: 1 - Untitled (2007)
Ao norte do dia
percorro as linhas
que me aproximam do sul.
Ao norte do dia
percorro a bússola
que se inclina para sul.
Ao norte do dia
percorro os poentes
que me limitam ao sul.
Renaud García-Fons
Continua, no Diário Económico, a troca de palavras entre Ana Paula Fitas (em excelente forma), pelo SIMplex:
e o João Villalobos, pelo Jamais.
O compromisso dos profissionais de saúde que asseguram os cuidados de saúde implica o aprofundamento permanente de aptidões e competências, garantindo-se assim cuidados seguros e de qualidade.(...) uma gestão rigorosa das organizações contribuem para a motivação e o aperfeiçoamento contínuo dos profissionais. (...)
(Programa de Governo do PS - Avançar Portugal, pág. 72 e 73)
e o André Abrantes Amaral, pelo Jamais.
Agradeço ao DER TERRORIST e ao Vermelho Cor de Alface a nomeação para este viciante prémio.
Tal como mandam as regras que me atam ao prémio, devo indicar três compromissos para o futuro:
Aqui chegada só falta mesmo arranjar 10 blogues a quem premiar:
E siga o prémio.
Alberto João Jardim continua a arrastar pela lama a dignidade do lugar para o qual foi eleito, de um político, de uma pessoa com o mínimo de decoro.
Quem o vê aos berros em frente a uma multidão ululante, a falar do seu Portugal homofóbico, boçal e intolerante, comezinho e maledicente, cora de vergonha. Pelo que diz, pelo significado do que diz e pela ovação que o acompanha.
Alberto João Jardim tem-se comportado como alguém que é inimputável, gozando de uma tolerante bonomia de todos os responsáveis políticos, o que apouca a democracia e diminui a credibilidade dos nossos representantes.
A traição é dele. E o Portugal dele não é igual ao meu.
Nota: Também aqui.
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