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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Em dia de Primavera, quente, brilhante, colorido, fazemos as pazes com o mundo. Apetece-nos tudo o que for deambular, o sol activa as nossas reservas antidepressivas e vemo-nos a planear gostosamente a nossa semana, mesmo sabendo que o trabalho não diminui:
Mas agora, neste sábado e neste domingo, as flores amarelas que atapetam o lado das estradas e o ar limpo vão ser as minhas companhias.
(Post retocado!)
Concordo com o Presidente da República quanto à necessidade de renovar as gerações de médicos. Só tenho pena é que durante os seus governos ele não a tenha sentido.
Talvez nessa altura tivesse sido mais importante a sua preocupação e planeamento estratégico, visão a longo prazo, ou outras expressões semelhantes. Agora vem um bocadinho extemporânea, ou mesmo atrasada...
Não sei se é por estar muito cansada mas, depois de uma discussão sobre os benefícios ou malefícios das intervenções estatais, dos caminhos intervencionistas ou liberais de recuperação económica, do valor do trabalho em si, para além do valor da sobrevivência económica, da salvação dos empregos a todo os custo, comparando com a valorização das competências e do mérito, deparo-me com estas duas notícias.
Absurdas, graves, inqualificáveis?
Devo estar muito cansada.
Händel - Arrival of the Queen of Sheba
Amethyst Quartet:
Johnny Salinas - Soprano Saxophone
Sean Hurlburt - Alto Saxophone
Luke Gay - Tenor Saxophone
Zachary Pfau - Baritone Saxophone
Nunca percebi a introdução das taxas moderadoras para as cirurgias de ambulatório e para os internamentos hospitalares. Sempre as considerei um erro político e, pelo que então dizia Correia de Campos, não ajudavam ao financiamento do SNS.
Parece que há projectos-lei do PCP, BE e CDS para acabar com estas taxas moderadoras. Espero que passem e que o PS reconheça que foi um erro político.
Não deixa de ser interessante ver o CDS a votar ao lado do BE e do PCP. As voltas que o mundo dá.
(Ana Moura)
Mas porque é que a gente não se encontra
No largo da bica fui-te procurar
Campo de cebolas e eu sem te encontrar
Eu fui mesmo até à casa do fado
Mas tu não estavas em nenhum lado
Mas porque é que a gente não se encontra
Mas porque é que a gente não se encontra
Já estou sem saber o que hei-de fazer
Se seguir em frente ai madre de deus
Se voltar a trás ai chiados meus
E o rio diz que tarde infeliz
Mas porque é que a gente não se encontra
Mas porque é que a gente não se encontra
Já estou farta disto farta de verdade
Vou beber a bica sentar e pensar
Ver se esta saudade ai fica ou não fica
E talvez sem querer não querem lá ver
Sem te procurar te veja passar
Sem te procurar te veja passar
A desertificação do debate político que leva a uma eleição de um líder com 96,43% dos votos é da responsabilidade dos militantes e dos simpatizantes desse partido, mais especificamente do PS.
Se há medo é porque os cargos e os favores são mais importantes do que as ideias e os valores. Mas é um fenómeno transversal a todos os partidos, mesmo a toda a sociedade, basta observar o amorfismo dos partidos da oposição, principalmente do PSD, e da chamada sociedade civil, que se aninha no que acha que é a segurança da paz podre.
É precisamente em tempos de crise que se devem questionar as raízes das nossas convicções. O que entendemos que é o nosso papel na sociedade, o que entendemos que deve ser o papel do estado, quais os serviços que deve assegurar, o que entendemos ser a pluralidade de opiniões, a negociação e a decisão de quem tem essa responsabilidade. O que entendemos ser o papel dos sindicatos, o que entendemos ser o sindicalismo nos dias de hoje, o trabalho, a precariedade no emprego, quais os direitos e os deveres dos trabalhadores.
Há algo que julgo ser muito importante o PS e Sócrates clarificarem antes das eleições legislativas: qual a política de alianças que defendem após as eleições, caso não tenham maioria absoluta. É que disso também pode depender a votação no PS. Para mim é indispensável que o PS afirme e cumpra que não fará alianças com o PSD e com o CDS/PP. É uma questão de princípios e alguns princípios devem estar na base de um partido que se apresenta a eleições.
(pintura de Elohim Sanchez: Couple)
Passeamos pelo lado esquerdo
fintamos os passeios atravessamos asfaltos
olhos de água coração de sementes
passeamos pela solidão de nos querermos
em tanto e tão usado tempo
escorremos pelas mãos sem medo
de nos perdermos.
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