Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Um excelente policial, bem ao jeito brasileiro, com uma escrita escorreita e descomprometida, mas elegante, com mortos, sessões de espiritismo, patroas gostosas, garotas de programa, máfias chinesa e das outras, alguns murros, cigarros, whisky e blues, muitos e bons, para todas as horas e ocasiões, paixões, Donas e sexo.
Bellini é o detective melancólico e amante de blues, Dora a sua patroa, que se vêem envolvidos num misterioso caso de morte de um espírita saudável, que corre a maratona e só bebe água.
Tony Bellotto já tem outra fã. Que venham mais livros para esta prometedora colecção – Ganga Impura (dirigida por Francisco José Viegas).
É extraordinário como se podem escrever artigos sobre artigos falando da manipulação da informação pelo governo, nomeadamente no que diz respeito à onda de criminalidade que toda a comunicação social glosou, durante dias seguidos, com as primeiras páginas dos jornais e as aberturas de todos os telejornais a empolarem e a zurzirem na crescente insegurança do país, quando a própria pessoa que se indigna faz parte da oposição que se tem demitido de fazer o seu papel, não de uma forma demagógica e populista, com pedidos de demissão do MAI, mas pela mais completa e inusitada falta de comparência.
Há governo a mais pela exasperante e inacreditável ausência de oposição.
(Shannon Wing: August)
Finalmente
finalmente acaba o mês
que trucida os tempos
que queremos livres
acaba o mês da modorra
da aflição de ser feliz.
Sonhei vagamente com uma extraordinária história policial que se iniciava num difícil e raríssimo diagnóstico, com o conhecimento faseado do doente e a descoberta de casos obscuros e mistérios de alma, sempre acompanhados e precedidos de fragmentos de tecidos com lesões desafiadoras de uma mente sagaz e perturbada.
Acordei sem resolver o caso criminal, mas o diagnóstico surgiu claro e límpido como a madrugada que se escapava por entre a persiana. Pena é que não existisse.
(gravura de Cornelius Brown, 1886: Tower of Silence)
Olho a torre do silêncio
e é como se já lá estivesse
oferecendo o corpo aos festins do céu
aos alimentos dos pássaros às carícias do vento.
Lentamente no círculo que me é destinado
perceber já sem consciência
do que somos feitos
e para que tanto queremos viver
se só no silêncio da torre servimos a vida.
Se BaraK Obama vencer as eleições americanas, não são só os EU que ganharão novo fôlego, mas a Europa respirará alguma esperança e optimismo.
A mudança. Sim, eles podem e nós queremos.
(Buika: Mi niña Lola)
Dime porque tienes carita de pena
Que tiene mi niña siendo santa y buena
Cuéntale a tu padre lo que a ti te pasa
Dime lo que tienes reina de mi casa
Tu madre la pobre no se donde esta
Dime lo que tienes, dime lo que tienes
Dime lo que tienes, dime la verdad
Mi niña lola, mi niña lola
Ya no tiene la carita del color de la amapola
Mi niña lola, mi niña lola
Ya no tiene la carita del color de la amapola
Tu no me ocultes tu pena
Pena de tu corazón
Cuéntame tu amargura
Pa consolártela yo
Mi niña lola, mi niña lola
Se le ha puesto la carita del color de la amapola
Mi niña lola, mi niña lola
Se le ha puesto la carita del color de la amapola
Siempre que te miro mi niña bonita
Le rezo a la virgen que esta en la ermita
Cuéntale a tu padre lo que te ha pasao
Dime si algún hombre a ti te ha engañao
Niña de mi alma no me llores mas
Dime lo que tienes, dime lo que tienes
Dime lo que tienes, dime la verdad
Mi niña lola, mi niña lola
Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola
Mi niña lola, mi niña lola
Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola
Mi niña lola, mi niña lola
Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola
Mi niña lola, mi niña lola
Mientras que viva tu padre no estas en el mundo sola
A criminalidade violenta, ou seja, a visibilidade da criminalidade violenta, é cíclica e sazonal, costuma acontecer nas férias de verão, e alterna com a intensidade dos incêndios e da área ardida.
Com falta de notícias sumarentas, sem bombeiros para falarem da inépcia dos governantes, nada melhor do que massacrar os cidadãos com os assaltos à mão armada, a ineficácia das polícias, a violência dos criminosos.
Claro que o PSD, também à falta de melhor ideias, pede logo a demissão do MAI. Sim, isto não se admite, se o ministro fosse Aguiar Branco, os ladrões e os assassinos já teriam mudado de país, ou ter-se-iam convertido à prática da caridade.
Melhor ainda esteve Cavaco Silva, que em vez de sossegar as pessoas que estão com a sensação de que serão mortas mal se acerquem de uma caixa multibanco ou encham o carro de gasolina, resolveu dizer que a onda de assaltos era uma coisa muito séria. O que não disse e devia dizer era que as medidas tomadas eram adequadas, que o aumento da criminalidade é sempre preocupante mas não é nada de espantoso, observando-se o que se passa no resto da Europa, e que os cidadãos podem confiar nas suas forças de segurança.
Claro que o responsável do Gabinete de Segurança, Leonel de Carvalho, apesar de afirmar que o crime aumentou cerca de 10%, nada catastrófico nem razão para tamanho alarido, sente que não tenho a categoria para que possa ser posto em causa por palavras do senhor presidente da República. Valha-nos Santo Ambrósio!
Mas a cereja em cima do bolo é José Magalhães mostrar disponibilidade para alterar o código do processo penal que, se não estou em erro, foi revisto em 2007!
E quem é que manobra a agenda política? É que parece que somos todos manobrados pela comunicação social.
Adenda:
(bold e sublinhados meus)
Até acredito que haja muita desinformação à volta do número de postos de trabalho criados nesta legislatura.
Mas o que dizer da ridícula apresentação dos empregos criados pelo Call Center, tão especializados que até se pede o 12º ano, e dos números subtraídos às estatísticas do desemprego por estarem em programas de formação?
A propaganda governamental está a precisar de se reciclar e de ser despedida por inadaptação ao trabalho.
Depois da histeria dos comentadores que arrasaram os nossos atletas olímpicos, nomeadamente Marco Fortes, Vanessa Fernandes e Nelson Évora elevaram aos píncaros o orgulho nacional.
De perdedores e esbanjadores dos dinheiros públicos, passámos à melhor prestação olímpica de sempre.
Os atletas que nos perdoem. E parabéns atrasados a Nelson Évora.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
À venda na livraria Ler Devagar