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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
(pintura de Laurie Zagon: warm changes)
Pesa-me o ar
este amarelo pardo
amolecida a vontade de mudar
pesa-me a espera
da inevitabilidade de mudar.
A partir de agora, e sempre que algum médico for agredido nos serviços de urgência de um hospital, fecham-se as urgências; sempre que algum funcionário das finanças for insultado, deixa de se cobrar impostos.
A falta de juízo destes titulares de um órgão de soberania é realmente inédita. E a falta que faz.
Nota: vale a pena ler Ferreira Fernandes e Nuno Brederode dos Santos, ambos no DN on-line.
Manuela Ferreira Leite tem gerido as suas funções como líder do PSD, não gerindo.
A ideia peregrina de tornar a dar o dito por não dito no caso dos investimentos públicos, leia-se TGV e novo aeroporto, por parte de quem teve responsabilidades políticas e executivas na decisão de avançar, e na definição dos traçados e das localizações, é mais uma machadada na credibilidade dos actores políticos.
E as novas palavras de ordem como emergência social não justificam nada. O mais triste é que ninguém acredita que esta posição seja ditada por convicções mas apenas por oportunismo político.
Será esta a credibilidade que se quer contrapor a Sócrates?
Vai ser interessantíssimo observar Pacheco Pereira e António Costa na Quadratura do Círculo, muito interessante mesmo.
Enquanto as mulheres se preocuparem a discutir a sua diferença natural no exercício do poder, a sua forma diferente de estar na política e nas empresas, enquanto se organizam congressos em que uma das suas preocupações é demonstrarem que se livraram do macho para procriação e que, portanto, podem ser mães lésbicas, em vez de exercerem o poder, de exigirem a partilha das tarefas domésticas de quererem interessar-se pela causa pública porque assim entendem, de terem vontade de serem seres humanos completos, honestos, felizes, independentemente de serem fêmeas, enquanto se arrogarem a superioridade de tratarem os homens como machos, nunca haverá igualdade de oportunidade entre os géneros.
A paridade é algo por que se luta e que se pratica diariamente, nas famílias, nos empregos, no lazer, nos partidos, no poder. Não me interessa se é feito por homem ou mulher, importa-me que seja bem feito. Diferente, não tenho dúvidas, como diferentes são todos os seres humanos.
(ver jornal "o Público", artigos de reportagem de São José Almeida e Sofia Branco - págs. 12 e 13 - e artigo de opinião "Coisas de Gajas" - pág. 46 - links indisponíveis)
(pintura de SS: broken glass)
1.
Nada é bastante
nem os rios
nem o vento
nem o ruído do mundo.
Nada é bastante
para redimir
o aniquilamento persistente
velas de gelo
sem pavio.
2.
Ao fim da tarde
o ar enlouquece branda e repetidamente
os dedos quietos suspendem
o profundo torpor da espera.
3.
Tanto mundo de gestos irreais
palavras por cumprir
na fuga do olhar.
Way down upon that old Mississippi River
Not so far away
That's where my folks have lived forever
And that's where they're goin' to stay
Meryl:
I've been searching 'cross the whole creation
Half my life or more
But I've found my own sweet satisfaction
Right here on that muddy river shore
All the world is so sad and dreary
Everywhere I roam
Oh mama how I miss the prairie
And my Minnesota home
Lily:
I can see my mama's sweet sweet face
Every Sunday morning
All the good ol' hymns, praise God, that we've sung
We knelt in prayer right beside our precious aunts and uncles
Who loved us when we were young
Meryl:
In the valley of at darkness they are the shepherds
Who lead me to pastures green
And I'll sit with my mama by the still, still waters
And goodness and mercy follow me
Lily:
I floated down the Columbia and the Hudson
Walked on the banks of the Ohio
On the banks of the Wabash and the mighty Colorado
And the old red river way up north
Meryl:
All the world is a world of rivers
Flowing to the sea, Oh...
But here on that old Mississippi
Here is the home for you and me
All the world is so sad and dreary
Everywhere I roam
Oh mama how I miss the prairie...
And my Minnesota home...
(pintura de Elizabeth Willmon: Reason Enough)
Sobre a terra
calcamos as mãos
raízes
sorvemos a força
ser assim
castanho verde
semente água
rebentamos de vida
por fim.
E de repente começamos a ouvir falar do Bloco Central, do novo Bloco Central, da inevitabilidade do Bloco Central, do sebastiânico e do salvador Bloco Central.
Mas se estivermos com atenção percebemos que quem em lançado essa ideia, esse boato, essa inevitabilidade, são militantes ou simpatizantes do PSD, como o digníssimo Prof. Marcelo.
Ou seja, o PSD está tão sedento de poder e percebe de tal forma que não consegue ganhar as eleições, que está já a fazer uma campanha de usura, demonstrando que o PS não consegue maioria e que, portanto, deve votar-se no PSD para lhe dar força para uma salvadora e indispensável, para o PSD, coligação pós eleitoral.
É claro que à esquerda do PS o fantasma do Bloco Central também serve, pelas razões simétricas.
Estamos a mais de 1 ano das eleições legislativas. Convém que o PS perceba que só lhe interessa dividir claramente as águas com o Bloco de Esquerda, com o PCP e com o PSD, demonstrar a falência/ausência de ideias à direita e à esquerda, demarcar-se da política de direita em Portugal e na Europa, afirmar-se como um partido de um governo reformador e que quer manter o estado social, renovando-o e alterando-o.
Nada pode ficar parado e à espera dos amanhãs que nunca mais cantam. Há 30 anos o mundo era diferente. O PS deve demonstrar sem medo que quer a mudança que outros não foram capazes ou não a querem fazer fazer, mantendo as bandeiras da igualdade de oportunidades, de serviço público de qualidade em que se insere a segurança, a educação e a saúde, os valores da tolerância e da integração dos imigrantes, o respeito pelos outros.
É bom que o PS acorde. O país não aguenta outra vez a hipótese de voltar para trás.
Não alinho com as vozes do costume que acham que este Ministério da Educação, mais precisamente esta Ministra, trabalha para as estatísticas e para a redução do insucesso escolar de forma desonesta, alterando todos os anos as premissas do que é o mínimo e o razoável da aprendizagem.,
Mas é muito difícil ignorar as opiniões de quem não tem quaisquer interesses políticos em desacreditar as provas nacionais que se vão fazendo.
E isto não me parece nada sério. É mesmo a pior maneira de melhorar as estatísticas, porque assenta no pressuposto de que os cidadãos são indigentes mentais.
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