por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.11.06
Madeleine Peyroux é muito melhor ao vivo que no cd. De uma simplicidade assombrosa, ela canta como se estivesse a conversar, a sussurrar, a rir, mas discretamente. Com uma variação de tons invejável, atira a voz, quase negligente, em notas arrastadas, ao jeito de Billie Holiday, menos sofrida. Do folk, aos blues, ao soft jazz, interpretações de canções eternas, com cheiro a tabaco e pó de estrada, com sabor a bebidas fortes de fim de noite.
Os músicos que a acompanham, cúmplices e solidários, mas relevantes só por si, formam um ambiente quase mágico, ajudado pelas luzes envolventes.
Grande espectáculo.