por Sofia Loureiro dos Santos, em 26.11.05
Se estou só, quero não star,Se não stou, quero star só,Enfim, quero sempre estarda maneira que não estou.Ser feliz é ser aquele.E aquele não é feliz,Porque pensa dentro deleE não dentro do que eu quis.A gente faz o que querDaquilo que não é nada,Mas falha se o não fizer,Fica perdido na estrada.(Fernando Pessoa; pintura de Catarina Castel Branco)
As pessoas mais novas (à volta dos 30 anos), que trabalham comigo, não fazem ideia do que foi o 25 de Novembro. Mas também não fazem ideia do que foi o 25 de Abril, a implantação da República, quem foi John Kennedy, etc. Penso que demonstra bem a que nível chegou o ensino.
Li, algures, que cerca de 60% dos juízes comunicou que estava em greve, tendo por consequência o desconto de um dia no ordenado. Ouvi, posteriormente, um dos representantes dos juízes, explicar que estes não eram obrigados a comunicar a falta, porque não estavam obrigados à assiduidade (?????). Ou seja: ou apenas 60% dos juízes aderiram à greve (e não 95%) ou há 30% de juízes que são... vigaristas: fazem greve e recebem, na mesma, o dia. Qual destas duas hipóteses é verdadeira?
O Papa não quer que sejam ordenados sacerdotes com manifestas tendências homosexuais. Apesar de não perceber a lógica (se os sacerdotes estão obrigados ao celibato, não se entende qual a relevância de serem homo, hetero ou bisexuais), a Igreja Católica tem toda a legitimidade de fazer as suas próprias leis e fazê-las cumprir. Só adere quem quer.
Finalmente, o ministério da educação mandou retirar os crucifixos e outros símbolos católicos que ainda pululam nas nossas escolas. Uma coisa é os frequentadores da escola usarem símbolos religiosos, sejam eles de que religião forem, para o que devem ter toda a liberdade. Mas o Estado é laico, portanto deve abster-se de ostentar símbolos de qualquer religião.
Outra coisa bem diferente é deixar de se falar ou de ensinar factos, lendas e histórias da nossa cultura judaico/cristã, deixar de se comemorar festas que fazem parte do imaginário colectivo, como a Páscoa, o Natal, etc, embora sem o cunho religioso que ainda se lhe dá. A bíblia é património da humanidade, não é só dos judeus, dos cristãos e dos muçulmanos.