por Sofia Loureiro dos Santos, em 17.03.06
Não sei se vai haver ou não cooperação estratégica, estabilidade dinâmica ou lealdade institucional entre o Presidente e o Primeiro-Ministro.
A verdade é que as agendas do executivo e da presidência são muito semelhantes (o que faz pensar que não há diferenças nas funções e nos poderes atribuídos a ambas), que os assessores do presidente pertencem a uma área política mais conservadora que o próprio presidente, e que os conselheiros de estado reduzem (como já li algures na blogosfera e nos jornais) em vez de dilatarem a base eleitoral de Cavaco Silva.
Significativo é todos os analistas e comentadores serem unânimes em considerar que vai haver uma fiscalização apertada da acção governativa. Dá a sensação que o governo está obrigado a cumprir a agenda do Presidente, o que parece indicar a existência de dois governos com duas maiorias políticas de sinal contrário.
Ou seja, a colisão de vontades será inevitável e acabará com a estabilidade política que Cavaco Silva jura querer manter!