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No trigésimo sexto dezasseis de maio

de Arles a Aix-en-Provence

por Sofia Loureiro dos Santos, em 08.06.23

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Aix-en-Provence prometia. Cézanne é um dos meus pintores favoritos. A sua história passou por Aix-en-Provence, pelas paisagens, pelo mistral que nos abanou no caminho, pelas cores e pela forma do monte de Saint Victoire.

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Hotel Le Mozart

Bem instalados no Hotel Le Mozart, fomos a pé até ao Atelier de Cézanne, local onde pintou nos seus últimos anos de vida.

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Uma casa alta, com 3 andares. O Atelier que visitámos (bilhetes a 9 € com vídeo guide) não era mais que uma sala no 1º andar, onde se encontravam vários objectos, roupas, pincéis, caixas de tinta, escadotes, cómodas, jarros, mesas e fruta, os modelos das suas naturezas mortas. Confesso que me senti ludibriada por esta mini visita guiada. Não sei o que esperava, mas certamente era muito mais do que o que vi.

Cézanne viveu e morreu naquele local; foi em Aix-en-Provence que conheceu e se tornou amigo de Émile Zola, amizade que terá terminado a propósito de um livro escrito por Zola - L'Oeuvre - cuja personagem principal era inspirada em Cézanne. A história de que teria sido essa a razão de uma grande zanga entre eles já foi posta em causa. Um grande pintor de cores e formas, em que a geometria que desenhava estava presente em toda a natureza.

Sendo o trigésimo sexto dezasseis de maio desde que nos tínhamos casado, decidimos comemorar o dito com um belo repasto. Foi em La Brocherie, onde o aperitivo de champanhe iniciou uma excelente refeição: Poêlon du Pêcheur (para mim) e Côtes d’Agneau aux herbes de Provence (para ele), bem regada (Château La Dorgonne) e bem terminada com La crème brûlée à la lavande (para mim) e L’Assiette de Fromages (para ele).

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Longa já, esta viagem a dois (depois a três, depois a quatro), por vezes rápida, por vezes vagarosa, outras inesperada, outras dolorosa, mas sempre, sempre o nosso caminhar.

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publicado às 15:14

Pela Camarga

de Sète a Arles

por Sofia Loureiro dos Santos, em 28.05.23

Viajámos calmamente pela Camarga, lagos extensos com flamingos rosa, casas baixas, campos verdejantes. É uma área rica em cavalos e touros. A alimentação está cheia de bifes e de guisados de touro, os restaurantes cobertos de cartazes e motivos típicos de touradas.

Chegámos a Aigues Mortes (Águas Paradas) a meio da manhã, e desembocámos de imediato na cidade rodeada pelas muralhas, com praças cheias de cafés e esplanadas, ruas estreitas com imensas lojas de artesanato, algum genuíno, a maior parte de pouca qualidade. Muito sabonete artesanal e perfumes e lojas de roupa altamente original e sofisticada. Na Place de Saint-Louis, a estátua do mesmo (Luís IX) que liderou as sexta e sétima Cruzadas, tendo morrido na última.

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Depois de deambularmos pelas ruelas, partimos em direção a Arles, um dos locais emblemáticos de Vincent Van Gogh, que alí viveu, pintando muito e maravilhosamente, e morreu.

Muito se escreveu em relação à vida e à pintura de Van Gogh. Desde a sua devoção à religião, à sua vocação artística, ao seu relacionamento com a família, nomeadamente com o seu irmão Théo, à sua loucura, com acessos violentos (corte de uma orelha) ao seu suicídio.

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Arles tem vários espaços e locais que celebram obras e pedaços da sua vida. O Espaço Van Gogh, instalado no hospital onde esteve internado (l'hôtel-Dieu), foi um grande desapontamento. Prometiam uma medioteca, mas encontramos apenas lojas com muita bugiganga. O Café Van Gogh, aquele que serviu de modelo ao quadro Terrasse du café le soir, na Place du Forum.

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Antes de deixarmos Arles, no dia seguinte, ainda passámos pela ponte de Langlois, uma ponte de madeira, nos arredores, que resultou numa série de quadros de Van Gogh.

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Tenho sempre algum fascínio pelos locais onde viveram os artistas que admiro.

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publicado às 20:18

Da Excelentíssima Assombração

corrosiva

por Sofia Loureiro dos Santos, em 21.05.23

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Depois de tão importante, grave, vinagrenta e impositiva intervenção da nossa tão Excelentíssima e Saudosíssima Mostrengueira (de mostrengo, aquele que está no fim do mar e que na noite de breu se ergueu a voar), é indispensável que se divulguem alguns gráficos de indicadores, retirados da PORDATA, entre 2014 e a actualidade, para vermos a desgraça do País depois de tão excelsa figura, juntamente com PPC, terem abandonado o poder (2016 e 2015, respectivamente).

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Não esquecer que houve uma pandemia em 2020 e 2021 e que a invasão da Ucrânia se iniciou em Fevereiro de 2022, com as respectivas repercussões.

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publicado às 16:20

Na Veneza do Languedoc

de Nîmes a Sète

por Sofia Loureiro dos Santos, em 21.05.23

A caminho de Sète passámos por Montpellier, onde se fundou uma das mais antigas e prestigiadas Faculdades de Medicina do mundo medieval. Cidade no caminho de muitos peregrinos para Santiago de Compostela, foi também refúgio de judeus fugidos de Espanha e ponto de encontro e passagem de muçulmanos, dando-lhe uma multiculturalidade pujança religiosa e científica, em que a liberdade de ensinar e aprender foram precoces e determinantes.

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Passeámos um pouco pela cidade velha, demos uma voltinha pelas várias zonas pedonais, desembocámos na Place de La Comédie, depois na Place Jean Jaurès (com a sua estátua), fundador do L'Humanité e um dos fundadores do Partido Socialista Francês, defensor de Dreyfus, para além de muitos outros acontecimentos que protagonizou, tendo sido assassinado através de uma janela de um café.

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20230514_120611_1.jpgMontpellier tem na sua História figuras como Nostradamus, muito em voga quando é preciso justificar teorias mais ou menos conspirativas e misteriosas, como o fim do mundo, através das suas Profecias, e Jean Moulin, um herói da Resistência francesa (apenas para citar dois).

Do almoço não reza a História. Sète, a cidade dos canais - Canal du Midi, Canal du Rhône, que se ligam ao Mediterrâneo e formam a Bacia de Thau. A localização do seu porto é estratégica para comércio e viagens entre Marrocos e a Europa. Através dos seu canais há pontes que se desviam ou que se elevam para passagem dos navios de grande porte.

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ponte atravessada.jpgO Hotel em que ficámos estava muito bem localizado, mesmo em cima do Vieux-Port. Mas era de tal forma minúsculo - cama, casa de banho com privé de um lado, qual cela de prisioneiro no fundo de uma caverna, que mal tinha espaço para nos sentarmos com a porta fechada, e uma cabine de duche aberta para o quarto, para além de uma selha que servia de lavatório. Enfim, em vez de quarto com casa de banho era mais uma casa de banho com cama!

Fomos passeando pelo Vieux-Port, deambulando pelos canais, que fazem desta cidade um local muito simpático. Como sou fã de uma série policial francesa (Candice Renoir), é fácil imaginá-la perseguindo assassinos pelos canais, nas suas roupas cor-de-rosa e com toques de telemóvel sempre diferentes, subtilmente alterados pelos seus filhos gémeos.

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Jantamos muito bem, comendo ostras e sopa de peixe, uma delícia destas paragens.

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20230514_183442.jpgSabor de mar, não há dúvida que viver à beira de água inunda o espírito de azul.

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publicado às 11:17

De volta pro aconchego

por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.05.23

Elba Ramalho

Fernando Manoel Correia & José Domingos de Moraes

 

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero, um abraço
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade

Que bom poder tá contigo de novo
Roçando teu corpo e beijando você
Pra mim tu és a estrela mais linda
Teus olhos me prendem, fascinam
A paz que eu gosto de ter

É duro ficar sem você vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que vou mergulhar
Na felicidade sem fim

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publicado às 17:39

Pont du Gard

de Avignon a Nîmes

por Sofia Loureiro dos Santos, em 20.05.23

Recuperando lentamente das vicissitudes de alguém a quem a idade tudo trás, um dos maiores problemas era comer, nomeadamente ao pequeno almoço. O café, que me é indispensável a esta hora da manhã, era intragável. Aliás intragável durante toda a viagem. Não sei que se passa com os franceses que assassinam alegremente o expresso, servindo uma água acastanhada, acre, em chávenas almoçadeiras, o que o faz arrefecer quase de imediato. Do outro lado da medalha, as fantásticas baguettes. Entretanto, a fruta é uma assunto que não lhes diz respeito. As sobremesas são sempre doces ou tábuas de queijo. As saladas de frutas que servem ao pequeno almoço são parcas e fingidas.

Mas não nos dispersemos em pormenores. A ideia era ir a Nîmes, passando por Pont du Gard. Esta ponte não é mais que uma porção do aqueduto romano de Nîmes, para atravessar o rio Gard, construído por volta do séc. I a.C. Tem 3 andares, sendo o superior o canal de conduta da água, que se encontrava desnivelado entre as duas pontas do mesmo, para permitir o escoamento da água, permitindo um débito médio de estimado em 40.000 metros cúbicos por dia (400 l de água por segundo!). É, sem dúvida, uma obra prima de engenharia daquela época.

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Após vários séculos de degradação e ruínas, reganhou interesse a partir do século XVI, tendo sido sujeito a vários épocas de obras e de restauração. A partir de 2002, com a ajuda da UNESCO e da União Europeia, foi realizado um projecto de preservação deste monumento. Hoje em dia há uma área envolvente que acolhe turistas e estudantes, com um museu dedicado à arqueologia do sítio e à descoberta da forma de construção e arquitectura do aqueduto, bastante interessante.

Desta vez não subimos a lado nenhum. Depois de contemplarmos o aqueduto e visitarmos o museu, dirigimo-nos a Nîmes, em busca do anfiteatro romano de Nîmes (les Arènes), um dos mais bem conservados do mundo. Terá sido construído por volta do séc. I a.C, e era destinado a grandes espectáculos, como combates de gladiadores (mais frequentemente) ou , mais raramente, caça a animais selvagens. Tem forma elíptica em que as bancadas, de vários níveis, envolvem a arena.

Mais uma vez, lá fui subindo muito a custo as bancadas, para poder apreciar, em toda a sua magnitude, a enormidade do recinto.

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Depois de respirar várias vezes de alívio e recuperar a serenidade, demos uma volta pela zona antiga e desembocámos no Festival Biennale de la BD, na Praça Charles de Gaulle. E lá foi ele, feliz que nem uma criança, igual às várias presentes, de tenra e menos tenra idade, que se acotovelavam entre as bancadas de livros e que enfileiravam para receber os autógrafos e desenhos dos seus autores favoritos.

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Um maravilhoso momento vernissage, como lhe chamamos.

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publicado às 09:13

Sur le pont d'Avignon

de Vallon-Pont-dʼArc a Avignon

por Sofia Loureiro dos Santos, em 19.05.23

O hotel em que ficámos é um pequeno hotel de charme, que resulta de uma casa do séc. XVI totalmente restaurada. Bom ambiente, silenciosa, com pessoas discretas. O quarto muito espaçoso, com tudo o que se precisa, um duche matinal revigorante e um pequeno almoço simples mas muito bem recheado.

Avignon foi a cidade dos Papas durante cerca de 100 anos, entre 1309 (Clemente V) e 1418 (Gregório XI). As divisões políticas e religiosas que levaram, de início, à mudança da residência Papal de Roma para Avignon, culminou depois, de 1378 a 1418 e em plena Guerra dos Cem Anos, na divisão da Igreja Cristã em duas correntes (o grande Cisma), havendo dois Papas simultaneamente: um de Roma e outro de Avignon (o anti-Papa).

Durante o século de residência em Avignon, os Papas transferiram toda a sua riqueza, as suas cortes, cientistas, artistas, arquitectos, enfim, todo o seu poder para lá. Construiram um palácio verdadeiramente opulento e sumptuoso, exactamente à medida de cada um que lhe foi acrescentando áreas, frescos, etc.

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É impressionante, logo que nos aproximamos, pois o palácio impõe-se de imediato na paisagem. A visita com audio-guia vale a pena. Vamos passando de sala em sala, com uma alturas de abóbadas espantosas. Impressionou-me sobretudo, uma sala que era praticamente inviolável, onde se depositavam dinheiro e outras preciosidades por baixo do chão! Subimos e descemos escadas, passando por áreas enormes e imaginando o frufru das vestes Papais, que deveriam ser pesadíssimas das jóias que as adornavam.

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Fomos ver ainda a Pont d'Avignon, presente no meu imaginário desde a minha infância, por causa da canção Sur le Pont d'Avignon (esta letra só foi fixada no século XIX, numa canção popular muito mais antiga). É uma ponte sobre o rio Ródano, construída de início sobre a ruína de uma ponte romana por um pastor (Bénézet d'Avignon), em 1177.

Sobre ela tem-se uma vista esplendorosa das margens do rio. Lá fui eu para as alturas. Mas desta vez a ponte era suficientemente larga e tinha muros suficientemente altos para que não me assustassem muito.

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Esta viagem foi verdadeiramente fit, de tanto que andei, subi e desci e do pouco que comi. Exaustos, ficámo-nos por um Croque Monsieur no hotel onde pernoitámos.

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publicado às 21:04

Grotte Chauvet

de Orange a Vallon-Pont-dʼArc

por Sofia Loureiro dos Santos, em 15.05.23

Para ganharmos força e ânimo, almoçámos em Orange. Eu estava com muita falta de apetite e sem saber bem o que deveria comer. Petisquei já não me lembro o quê, o que deixou o dono da Brasserie muito triste e preocupado. A seguir pedimos uma sobremesa, ao que ele perguntou se trazia duas colheres. Depois de uma negação veemente, pergunta espantado se madame ne vas pas piquer? Outra negação veemente. Quando chega a sobremesa, vêm as duas colheres, dizendo ele sabiamente - on ne sais jamais...

A Gruta Chauvet-Pont d'Arc faz parte de um complexo de grutas enfeitadas das gargantas de Ardèche. Foi descoberta em Dezembro de 1994, por Jean-Marie Chauvet e Christian Hillaire - espeleólogos - e por Éliette Brunel - viticultora.

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Maciço onde se encontra a Grotte Chauvet

Possui um inúmero acervo de desenhos e pinturas pré-históricas, das mais antigas que se descobriram até hoje. As datações realizadas encontraram desenhos e pinturas de duas épocas distintas: uma com cerca de 36.000 anos (antes do presente - AP) e outra com cerca de 24.000 anos AP, o que se pensa terá acontecido por uma derrocada do tecto na entrada da gruta, que a encerrou durante cerca de 12.000 anos. Esta gruta é duas vezes mais antiga que a Gruta de Lascaux.

Distinguem-se impressões de mãos humanas, com pigmento vermelho, gravuras com digitalização e desenhos com a noção de profundidade e movimento surpreendentes. Pensa-se que haveria grupos de desenhadores, sempre os mesmos, que aí entravam. Há esqueletos de ursos pré-históricos, o que indica que seria um bom local para hibernarem.

Oeuvre-aux-points-paumes©-Patrick-Aventurier-Cave

Hibou-gravé©-Patrick-Aventurier-Caverne-du-pont-

une-chevauchée-fantastique©Patrick-Aventurier.we

une-foret-de-cornes-noires©Patrick-Aventurier.web

Para preservar a gruta e os seus tesouros, foi feita uma segunda gruta, exactamente igual à primeira, que é aquela que visitamos, aberta ao público desde 2015.

Quando pensamos na evolução do Homem, naquilo que a arte e a criatividade representa nessa evolução, ficamos com a ideia que muito mudámos. Será mesmo assim? Ou foram os instrumentos que usamos que mudaram muito? A capacidade de desenvolvimento tecnológico aumenta exponencialmente e com isso a capacidade de representação do Homem, nas suas várias facetas.

Mas não estaria essa capacidade já desenvolvida na pré-história? Quando vejo estes desenhos fico perplexa e fascinada.

Depois de tantas emoções e atribulações, rumámos a Vallon-Pont-dʼArc, onde passámos a noite.

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publicado às 17:09

Campos de papoilas

de Apt a Orange

por Sofia Loureiro dos Santos, em 15.05.23

Pois descansada não foi muito, a noite. Eu, que sou resistente a tudo e já viajei inúmeras vezes para diversos sítios (dentro da Europa, bem entendido), fui acometida do mal do viajante*.

Partimos em direcção a Orange, ou a Cidade dos Príncipes. Mais umas subidas e descidas, mas passando por paisagens deliciosas, como os campos de papoilas, com lavanda nas bordas da estrada.

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O nosso objectivo era visitar o Teatro antigo de Orange, que está excepcionalmente bem conservado e ainda hoje é um local onde se apreciam peças de teatro.

Este Teatro foi construído no séc. I aC, no reinado de Augusto, filho adoptivo de Júlio César, seu tio-avô materno. Tinha capacidade para cerca de 10.000 espectadores. O muro estava decorado com estátuas e colunas de mármore, e tinha entradas por onde os actores apareciam. A sua altura e arquitectura contribuíam para a optimização da acústica.

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Havia o local para a orquestra, onde se colocava o coro, sendo as bancadas divididas em 3 áreas distintas para que os diversos grupos de pessoas não se misturassem. O Vomitorium era um local atrás das bancadas, onde se confraternizava com bebidas e comidas.

Foi um árduo trabalho obrigar-me a subir aquelas bancadas, com a altura que tinham (embora não tenha chegado lá mesmo acima). Mas lá fui conseguindo, apoiada ao desgraçado paciente que me acompanhava, tentando não ter ataques de pânico.

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Mas, de facto, valeu a pena.

Já não valeu a pena o Museu de Arte e História de Orange. Podemos ter tido azar e muitas das peças não estarem disponíveis.

A tarde foi reservada à Pré-história.

*Para quem quiser viajar pelas terras de França, fique a saber que os hipermercados não são obrigados a ter casas de banho públicas. E que o Imodiumlingual é um medicamento vivamente sugerido para levar na mala.

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publicado às 15:29

No Luberon

de Cannes a Apt

por Sofia Loureiro dos Santos, em 13.05.23

Vamos então mergulhar na Provença, mais especificamente, no Luberon. Percorrendo as estradas que atravessam o terreno acidentado, ora se sobe, ora se desce, com enormes maciços calcários que se elevam à nossa volta (Petit Luberon), observamos as aldeias que aparecem na encosta.

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Todas semelhantes, com as casas de uma cor de areia, que se agregam e galgam os montes, na encosta virada ao sol. Até lá, atravessamos campos de papoilas, ou de vinhas e papoilas, numa mistura de cores que só pode motivar os pintores. Muita gente de bicicleta, o que naquelas estradas estreitas e montanhosas é surpreendente.

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Chegámos a Apt, ao início da tarde. Depois de darmos umas voltinhas, acabámos por ir ter a um restaurante que se chama L'Intramuros. Lá dentro, um bricabraque de objectos, desde bicicletas a relógios. Come-se muito bem e somos bem atendidos.

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Depois de mais alguma passeata, passámos por uma loja de chapéus de palha, muitos e variados. A dona, muito simpática, tenta encontrar um chapéu que não me tape os olhos, e adapta um número 55 à minha cabeça. Fico a saber que é resistente ao sol e às intempéries, para além de ser arejado para o calor. Será que não voa com os ventos, que resiste ao mistral?

Nos arredores, mais aldeias semelhantes, com vários ateliers e lojas que vendem artesanato, muitas delas nitidamente feitas para turistas. Regressamos a Apt, para uma noite descansada, prontos a iniciar a próxima etapa - Orange.

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publicado às 17:20


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Maria Sofia Magalhães

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