por Sofia Loureiro dos Santos, em 05.07.15
Depois de ouvir Porfírio Silva, João Ferreira e Catarina Martins, respectivamente do PS, do PCP e do BE, convém notar o seguinte:
- O PS não se manifestou em relação ao resultado que desejava no referendo grego, com a justificação de querer respeitar a soberania da Grécia. Não posso concordar com esta visão, pois o interesse de Portugal, como dos restantes países europeus, é que haja uma mudança na política europeia como o PS, aliás, sempre defendeu. Como disse Porfírio Silva, o mais importante é o reinício imediato das conversações para que se chegue a um compromisso. Mas do PS esperava-se a coragem na defesa das ideias que proclama. A estratégia do equilibrismo não dá confiança nem mobiliza ninguém. Além disso fica-me a dúvida, ao ouvir falar dos socialistas europeus, do que pensará o PS sobre as declarações do Presidente do Parlamento Europeu.
- O PCP aproveitou oportunisticamente o resultado do não para se colocar do lado de quem ganhou. É demasiada desfaçatez se observarmos as declarações proferidas antes do referendo, nunca se comprometendo.
- O BE foi o único partido com representação parlamentar que defendeu abertamente este resultado. Não concordo com quase nenhuma das bandeiras do BE mas, neste caso, gostei do radicalismo.
Mas covém que ninguém se esqueça que a Grécia respondeu a uma questão sobre um acordo e não sobre a sua permanência no euro ou na Europa.