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Da desatenção museológica Presidencial

por Sofia Loureiro dos Santos, em 26.07.16

museu da presidencia.png

 Museu da Presidência

 

Hoje decidimos ir visitar o Museu da Presidência da República, que fica no conjunto de edifícios e jardins que constituem o Palácio de Belém.

 

O Museu ocupa dois andares de um edifício mesmo ao lado da rampa de acesso ao Palácio e de uma delegação de Correios. À entrada precisamos de passar por um detector de metais. Os bilhetes custam 2,50€. Inicia-se por uma pequeníssima explicação do que foi a implantação da República e dos seus símbolos – hino e bandeira. Depois aparecem os retratos de todos os Presidentes, com uma pequena nota, num tablet (alguns estão desactivados ou avariados), sobre cada um deles. Numa parede podem observar-se três vídeos, com áudio (auscultadores), sobre a Primeira República, o Estado Novo e a Democracia (têm que se ver e ouvir de pé). Há ainda um e-book que podemos folhear sobre as Primeiras-Damas, bastante resumido.

 

Segue-se uma exposição de objectos ofertados aos Presidentes da República de Portugal, por vários dos convidados presidenciais e/ou reais de outros países e/ ou reinados, aquando das suas visitas oficiais. Há ainda alguns expositores das condecorações honoríficas, com escassas explicações. Termina com uma maqueta do Palácio de Belém e uma pequena história do mesmo e de como se transformou em Palácio presidencial.

 

Se gostei? Sim, gostei, mas soube-me a muito pouco. A sensação com que se fica é que haveria muitíssimo mais a dizer, que se poderia ter aproveitado, por exemplo, cada Presidente para o enquadrar historicamente, contar um pouco da sua história e das suas circunstâncias. Não há menção à história dos retratos, de quem os fez, algo sobre os artistas, nada. As informações sobre as Primeiras-Damas também são muitíssimo sumárias, não se percebendo exactamente qual o papel, se é que o tiveram, na altura em que os respectivos maridos (ou companheiros) tinham assumido a Presidência.

 

Quanto às condecorações, não há quaisquer explicações sobre o que são, como surgiram, a quem se destinam, qual a mais importante e porquê. O mesmo em relação ao Palácio – o que é que se passa e aonde – o Palácio é enorme – fotos ou vídeos ou documentos sobre acontecimentos que lá se teriam passado e aonde, etc. Os vídeos que estão disponíveis deveriam ter, pelo menos, uma cadeirinha para os visitantes se sentarem.

 

A loja não tem muita oferta, nomeadamente os tais vídeos que poderiam ser um bom e útil motivo de lembrança.

 

Enfim, parece-me que o anterior Director do Museu (Diogo Gaspar) não ficará célebre pela excelência do seu trabalho. Isto para não mencionar a tímida divulgação e promoção que tem (o site também está pouco atractivo, convenhamos). Acho um desperdício pois é uma excelente e interessante ideia, mas com uma concretização desleixada.

 

palacio de belem.JPG

Maqueta do Palácio de Belém

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publicado às 21:58


1 comentário

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De A.Teixeira a 26.07.2016 às 22:28

Concordo completamente. É para estas circunstâncias que se inventou o verbo malbaratar, no caso uma boa ideia que podia estar muito mais bem concretizada.

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