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Impasse presidencial

por Sofia Loureiro dos Santos, em 03.04.10

 

A eleição presidencial está num verdadeiro impasse e é um problema para as lideranças do PS e do PSD.

 

O PS não tem candidato. Após o anúncio de disponibilidade de candidatura de Manuel Alegre o PS aguardou, talvez procurando uma alternativa. Manuel Alegre representa, para uma grande parte do PS, o populismo do BE e uma das razões da resistência à política do anterior governo, principalmente na saúde e na educação, áreas em que houve uma efectiva tentativa de reforma.

 

Quando Fernando Nobre entrou em cena, muitos pensaram que poderia ser uma resposta às preces do PS, tendo ainda a possibilidade de angariar algum do eleitorado do PSD. No entanto a candidatura de Fernando Nobre aparece fraca, sem destino nem clareza política, o que pode retirar desde já qualquer hipótese de o PS a apoiar. Não é crível que apareça outro candidato, o que coloca Sócrates ante o dilema de ter que manifestar o seu apoio a Manuel Alegre ou de dar liberdade de voto aos socialistas. De qualquer das formas já perdeu iniciativa e oportunidade, sendo arrastado pelas agendas dos opositores à sua esquerda.

 

O PSD, com a eleição de Passos Coelho, ficou também órfão de candidato a Belém. É claro que não restará alternativa ao PSD caso Cavaco Silva se recandidate, o que é cada vez mais transparente. Mas será um amargo de boca para Passos Coelho, cuja convivência com o Presidente não começou bem, até pela nítida e ilegítima interferência de Cavaco Silva nas decisões do PSD. O recado que enviou ao novo líder, em relação ao PEC, foi demasiado claro. Só que Pedro Passos Coelho não é Manuela Ferreira Leite e a demarcação entre o partido e o Presidente tem sido evidente e necessária.

 

Tudo se encaminha para uma reeleição de Cavaco Silva. Manuel Alegre tornou o seu partido refém dele, o PS está refém do BE. Há abraços que se transformam em tornos. Sócrates e Alegre deveriam ter percebido a lição das anteriores presidenciais.

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publicado às 17:47


3 comentários

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De jrd a 03.04.2010 às 20:29

Ou a crónica de uma situação anunciada.
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De impaciente a 04.04.2010 às 18:48

Creio que Cavaco Silva ainda acredita que é o pai do PSD e, o mais grave, é que muitos militantes assim o consideram.
Quanto aos simpatizantes de outros partidos, que nele votaram, não perceberam que votavam no presidente virtual do PSD.
São ambiguidades intrínsecas da figura em causa.
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De ACÁCIO LIMA a 08.04.2010 às 00:18

Cito Porfírio Silva
A situação moral do país é tão complicada que precisamos de uma batalha política em campo aberto, que coloque todas as cartas na mesa e obrigue a tudo discutir. Fazer caixinha para tentar garantir vitórias antecipadas (ilusões, portanto) só pode adiar e agravar os problemas. Precisamos, provavelmente, de algo como aquela eleição presidencial em que Freitas do Amaral, pela direita, enfrentou uma esquerda multipolar (Zenha, Pintasilgo, Soares) - tendo sido dessa multipolaridade aberta, e não do conluio táctico, que resultou uma clarificação. Não estamos outra vez a precisar de uma clarificação?"

O meu ponto de vista ajusta-se ao citado. Espero que o PARTIDO SOCIALISTA, sem pressas, indique quem é o seu Candidato.

Cordiais Saudações

Acácio Lima

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