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Conteúdos

por Sofia Loureiro dos Santos, em 30.05.09

 

 

Li a entrevista que José Gil deu ao Público e não concordo com quase nada do que diz.

 

José Gil centra o seu pensamento naquilo a que ele chama a deterioração da relação afectiva entre os alunos e os professores e relaciona-a com a implementação de um sistema de avaliação com parâmetros objectivos. Penso que se referia à avaliação em geral.

 

A quebra dessa relação afectiva tem vido a concretizar-se há imenso tempo e, na minha opinião, com a alteração das relações afectivas entre adultos, crianças e adolescentes que se iniciou dentro das famílias e extravasou para os outros domínios sociais, e também com a evolução dos métodos e das oportunidades de aprendizagens fora do modelo escolar.

 

José Gil assume que este tipo de avaliação reduz a criatividade e afasta os professores mais capazes, pelo que não percebo se, nesta fase, se está a referir à avaliação de desempenho dos professores. José Gil afirma concretamente que este ministério piorou muitíssimo a educação precisamente pelo facto de ter insistido na avaliação parametrizada, por não ter ouvido os professores, por ter usado o autoritarismo como arma económica.

 

Não poderia estar mais em desacordo. Esta legislatura tentou valorizar o papel do professor, organizando um estatuto de carreira que distinguisse o mérito, assumindo que a escola pública deve estar ao serviço dos alunos e não dos professores, tentando mudar a atitude de uma classe até agora desprestigiada e desprezada não pelos alunos, mas pela sociedade em geral.

 

Parece-me uma avaliação demasiado subjectiva, a de José Gil.


Há, no entanto, um parágrafo em que concordamos:


A escola já não era boa. A escola precisa de reformas, é necessário pensar uma avaliação, mas para pensar uma avaliação temos primeiro que pensar em conteúdos. A primeira das coisas a fazer é revalorizar os professores, agora. A relação geral dos alunos relativamente ao saber é de rejeição. A ideia do professor como alguém que abre as portas para o mundo acabou ou está em vias de acabar. Isto tem de ser restaurado.
 

Adenda: ler também José Teófilo Duarte -  E agora Gil?

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publicado às 16:40


4 comentários

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De weber a 31.05.2009 às 13:36

Estou de acordo com o que diz.
Contudo, acho que a discussão tem demasiado ruído e demasiados intermediários.
Eu tenho 62 anos, querem que eu fale da escola do meu tempo?
Tenho amigos de 40 anos. Queremos que eles falem da escola que vivenciaram?
Tenho amigos de 30 anos. Queremos que eles falem da escola deles?
Os politicos têm falado demais deste tema e, quando o fazem, quase sempre, fazem-no mal.
Os sindicatos...um desastre!
Aquele secretário, um tal Lemos, quase só asneiras.
Agora, falemos de "escolas" em concreto.
Sugiro que façam uma visita a um Blog, que dá pelo nome de Esqueirinhos e pertence à EB1 de Esqueiros, Concelho de Vila Verde, Braga.
A responsável do Blogue é a Professora Lai Cruz, que é, de um ponto de vista corporativo, anti-ministério, mas, na Escola!...
Veja, vejam o Blogue e, depois, acho que podemos falar de Escola, de Escola Pública, de Professores e de alunos, com vontade e paixão no ensino e na aprendizagem.
JA
PS- Na minha incompetente opinião o "pensamento" de José Gil transformou-se num amontoado de banalidades.
Tenho muitas saudades do outro Gil, filósofo, que já se foi.
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De Sofia Loureiro dos Santos a 31.05.2009 às 14:55

Obrigada, Weber. Tem toda a razão. A escola que cada um de nós conhece é diferente. Mas não se trata de estar a favor ou contra o ministério. Trata-se de pensar e fazer a favor da escola pública.
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De weber a 31.05.2009 às 20:26

Certeiro. É isso mesmo.
JA

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