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Cada um cumpre o destino que lhe cumpre. / E deseja o destino que deseja; / Nem cumpre o que deseja, / Nem deseja o que cumpre. [Ricardo Reis]
Li a entrevista que José Gil deu ao Público e não concordo com quase nada do que diz.
José Gil centra o seu pensamento naquilo a que ele chama a deterioração da relação afectiva entre os alunos e os professores e relaciona-a com a implementação de um sistema de avaliação com parâmetros objectivos. Penso que se referia à avaliação em geral.
A quebra dessa relação afectiva tem vido a concretizar-se há imenso tempo e, na minha opinião, com a alteração das relações afectivas entre adultos, crianças e adolescentes que se iniciou dentro das famílias e extravasou para os outros domínios sociais, e também com a evolução dos métodos e das oportunidades de aprendizagens fora do modelo escolar.
José Gil assume que este tipo de avaliação reduz a criatividade e afasta os professores mais capazes, pelo que não percebo se, nesta fase, se está a referir à avaliação de desempenho dos professores. José Gil afirma concretamente que este ministério piorou muitíssimo a educação precisamente pelo facto de ter insistido na avaliação parametrizada, por não ter ouvido os professores, por ter usado o autoritarismo como arma económica.
Não poderia estar mais em desacordo. Esta legislatura tentou valorizar o papel do professor, organizando um estatuto de carreira que distinguisse o mérito, assumindo que a escola pública deve estar ao serviço dos alunos e não dos professores, tentando mudar a atitude de uma classe até agora desprestigiada e desprezada não pelos alunos, mas pela sociedade em geral.
Parece-me uma avaliação demasiado subjectiva, a de José Gil.
Há, no entanto, um parágrafo em que concordamos:
Adenda: ler também José Teófilo Duarte - E agora Gil?
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